O que vi na vida escolar: Bruno Lopes


Nasci aos 29 dias do mês de Agosto do ano de 1989, sou filho de Heli Lopes Pires e Silvana Aparecida de Sousa Lopes e natural da cidade de Prata – MG; meu nome é Bruno de Sousa Lopes e comecei a estudar aos seis anos, fazendo naquela época o pré (hoje a primeira série). Ainda lembro bem que estudei no turno vespertino e que minha professora se chamava Lucia e nós alunos a chamávamos de Tia Lucia.
O tempo se passou num piscar de olhos e eu já estava na segunda série do ensino fundamental, quando meus pais perceberam que eu estava com dificuldades no processo de aprendizagem e conversando com minha professora, resolveram me incentivar a ler e escrever através de um quadro e uma caixa de giz que me deram de presente. Comecei a melhorar meu rendimento escolar e então meus pais resolveram fazer mais uma mudança, que vejo como primordial, a mudança para o turno matutino.
Já na terceira série, para mim uma das etapas mais importantes para consolidar a alfabetização, tive como professora a inesquecível Tia Maria Antônia Brasileiro, ela  era uma professora que impunha muito respeito aos alunos, sendo extremamente criteriosa a ponto de fazer o aluno escrever uma palavra cem vezes, caso redigisse incorretamente.  Comigo não foi diferente, em certo episódio eu escrevi a palavra “muito” de maneira incorreta colocando um “n” antes do “t”, então ela ficou muito brava e pediu para que eu escrevesse repetidamente em uma folha inteira a palavra correta e até hoje toda vez que escrevo essa palavra lembro-me da querida alfabetizadora.
Não posso me esquecer de uma professora que também foi muito marcante em minha vida, nesse período de primeira a quarta série: a Dona Elvira, ela era professora de Ciências e sua disciplina foi a que mais chamou a atenção, não apenas minha, mas de toda a turma.
A escola em que estudei as séries básicas iniciais chama-se Escola Estadual Coronel Pedro Nery e ela ficava a dois quarteirões de minha casa. Em frente à escola há até hoje uma praça chamada Praça Juscelino Kubitschek a qual chamávamos de “Praça JK”.
Sempre que passo na porta da escola algumas lembranças me tomam e relembro daqueles velhos e bons tempos onde estudávamos com afinco, mas também no horário de recreio nos divertíamos com inúmeras brincadeiras, como o tourinho, onde uma pessoa se fingia de touro e outra de toureiro, como aquele esporte espanhol. Fiquei muito feliz quando vi, se não me engano no ano passado, a escola ser uma das primeiras do IDEB, o que significa que aquela bela instituição se torna cada vez mais consolidada.
Terminei então a quarta série do ensino fundamental e no Pedro Nery não havia as séries seguintes, então fui fazer a quinta na Escola Estadual Professor Valentim, onde tive aquele primeiro impacto ao saber que cada disciplina seria ministrada por um professor, ou seja, eu teria vários professores ao mesmo tempo. Naquele ano se destacou um professor de Matemática, chamado Aparecido, ele era novo na profissão, mas ensinava com vontade de induzir o conhecimento.
No final da sexta série, chegou uma nova escola no Prata, chamada de Anglo – Colégio Classe A, e era o assunto de todos os amigos, todos queriam no próximo ano estudar nela. Foi então que comecei a sondar meus pais para que me colocassem na escola. A princípio tive uma resposta negativa de meu pai, por ser uma escola particular, acredito que poderia comprometer o nosso orçamento, mas no final eu consegui.
Era tudo maravilhoso, eu tinha professores que saiam de Uberlândia para ir até o Prata para dar suas aulas. Eram aulas bem elaboradas com um método de ensino muito bom. Lembro de professores como a Astaruth (Literatura), Paulo Guido (L. Portuguesa) que ensinou as regras de acentuação voltadas a uma dica: “PSIU NÃO RELAXE”; mais tarde novos professores como: Renato Quase Russo (Química), Marcelo (Redação) e outros.
A sétima série foi um ano muito promissor, havia uma bolsa de estudos no próximo ano para o aluno que ficasse com a maior nota global da sala e havia uma prova de ampla concorrência com os alunos de outras escolas para concorrer a outra bolsa. Enfim, o ano se passou e eu acabei ficando em segundo lugar na turma, mas consegui em primeiro lugar a bolsa na prova de ampla concorrência e acabei ganhando um cartão da escola que dizia você é fera, que guardei até pouco tempo com orgulho.
Um pouco depois cheguei ao ensino médio e com a introdução de Química e Física, fiquei assustado no começo, mas tudo foi logo se normatizando. Terminei a primeira série e a escola já não estava com muitos alunos e, além disso, com problemas de inadimplência fazendo com que o Anglo se fechasse.
Conclui os dois últimos anos do ensino médio na Escola Estadual do Prata, uma escola bonita, de dois andares e que tinha como diretor o Prof. Riel, que sempre foi muito comunicativo e que gostava realmente dos jovens. Alguns professores se destacaram como o Alcides, professor de Biologia (inclusive um aluno do instituto de Biologia da UFU), com destaque para o conteúdo de Genética; o professor Aparecido novamente, só que agora com Física; a professora Ilce de Literatura com suas reflexões. Lembro da musica “Faroeste Caboclo” a qual ela nos estimulou a entender a crítica feita à sociedade brasileira; professora Sônia Maria de L. Portuguesa, sempre com muita formalidade ao se expressar; professora Fabíula de Sociologia que sempre viajava muito nas reflexões dos pensadores e entre outros.
A responsabilidade foi ficando maior, depois daquela sensação de que havia terminado o ensino médio. Eu já sabia que queria estudar uma área biológica, então comecei a fazer em 2007 aos 17 anos o curso de Biomedicina da Universidade Presidente Antônio Carlos. Nessa época, conheci Nayane Alves, hoje minha esposa, e ela foi quem me deu apoio em meus sonhos e ajudou a dar passos firmes em busca desse objetivo. 
Conclui a graduação em meados de Dezembro de 2010 e colei grau em 2011, trabalhei um ano em uma empresa que presta assessoria a postos de combustíveis na área ambiental, mas sentia mesmo vontade de trabalhar nos ramos da docência, estimulado através um elogio feito por uma professora de parasitologia chamada Idessânia Nazareth, após apresentação de minha monografia. Ela disse que um dia eu poderia ser um colega de trabalho e que o faria bem.
A partir de 2012 resolvi ir trabalhar no que eu achava que "sentiria prazer"  e então iniciei minha vida na docência em Fevereiro de 2012 ministrando aulas de Física (a título precário) na instituição E.E. Bueno Brandão e posteriormente Ciências Biológicas na E.E. Amador Naves e E.E. Dr. Duarte P. de Ulhôa e Química na E.E. Prof. José  Ignácio de Sousa. Fui aprovado no concurso da Secretaria de Educação para o cargo de PEB - Professor de Educação Básica de Biologia. E então eu pensei: “já que fui aprovado no concurso e gosto de trabalhar com educação eu devo voltar a estudar” e a partir disso me veio a idéia de inscrever no vestibular da Universidade Federal de Uberlândia 2012-2.
Durante o processo seletivo houve o vazamento das questões e fiquei desmotivado, porque eu já havia feito três longos dias de provas e iria iniciar tudo novamente, mas então a Nayane me incentivou e fui fazer novamente, dessa vez quatro longos dias de prova e com a ajuda de Deus consegui passar em quinto lugar no processo seletivo e fiquei cheio de esperanças para essa nova etapa de minha vida.
A princípio estranhei o início de semestre em Novembro, mas comecei a ir e a cada dia mais me sentir feliz por estar dentro de uma instituição que oferece oportunidades que eu não havia visto antes. Todo dia surge um novo edital para iniciação cientifica, que até já estou tentando conseguir. Vi também que os professores tem renome nacional e internacional, dando destaque a um artigo que li do Prof. André Nemésio, sobre espécies de abelhas descobertas, como a Euglossa embera e também a um livro do Prof. Kleber Del Claro que estou lendo chamado:  Comportamento animal, uma introdução à ecologia comportamental.
Destaco que uma das aulas que achei mais interessante até aqui, foi a aula de ecologia geral ministrada pela Prof.ª Natalia Leiner, que nos explicou População, citando a capacidade de suporte que um ambiente pode ter, interferindo assim no desenvolvimento, ou melhor, controle de taxas de natalidade, mortalidade, imigração e emigração das espécies no ambiente onde vivem e que cada uma delas dependendo de suas características têm uma maneira diferenciada de desenvolvimento permitindo comparar espécies diferentes através de gráficos, por exemplo.
A instituição com toda essa gama de oportunidades me fez cair em uma premissa: educação ou pesquisa? Espero que no decorrer do curso eu possa conseguir descobrir o caminho correto a seguir nesse novo horizonte.

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